A Copa do Mundo Qatar 2022 será a primeira Copa do Mundo da FIFA a implementar o impedimento semiautomático, uma tecnologia desenvolvida para acelerar e dar maior confiabilidade às decisões arbitrais nas posições avançadas, e que utiliza inteligência artificial para processar os dados recebidos pelas câmaras e um sensor na bola oficial.
A informação permitirá ao VAR determinar em menos de 25 segundos a validade ou não de uma jogada e avisar o árbitro do jogo.
O que é o VAR?
Você provavelmente já ouviu falar do VAR… mas tem certeza de saber o que é e como funciona?
VAR é a sigla em inglês para Video Assistant Referee, ou seja, videoarbitragem, um sistema concebido para evitar erros no futebol através do uso da tecnologia.
O árbitro do jogo está em contato por um fone de ouvido com outro árbitro assistente, que controla o jogo em telas de vídeo ao vivo de outro lugar.
O VAR entra em ação quando o árbitro da sala duvida de uma situação e decide visualizar novamente a jogada para tomar uma decisão. Quando isso acontece, ele se comunica com o árbitro de campo e pede que ele pare o jogo.
É quando ele desenha no ar com as mãos o já famoso gesto de uma tela e se aproxima da beira do campo para verificar a jogada ou ouvir as indicações de seus ajudantes. Normalmente, ele deve tomar uma decisão em menos de dois minutos.
Como funcionará o VAR na Copa do Mundo do Catar?
Sensor na bola e impedimento semiautomático
Para realizar este sistema, a FIFA recorreu a três fatores tecnológicos. O primeiro é um sensor chamado Unidade de Medição Inercial, dentro da bola Adidas Al Rihla, nome da bola oficial.
Este dispositivo enviará dados 500 vezes por segundo para a sala onde o VAR estará, o que torna possível detalhar o momento exato em que o jogador toca a bola.
O segundo fator técnico é um sistema de 12 câmeras instalado sob o teto de cada estádio, que seguirá a bola e os jogadores. Eles vão detectar 29 pontos específicos do corpo de cada jogador para marcar um impedimento.
As verificações serão feitas através de informações tomadas sobre qual é a posição dos membros e outras partes do corpo. Estes dados são enviados 50 vezes por segundo para calcular as posições exatas.
Finalmente, os dados da câmera e da bola são processados por inteligência artificial e um alerta é enviado ao VAR no caso de detectar uma posição avançada, que por sua vez informará o árbitro.
As sanções e a decisão final continuarão a ser do árbitro principal e dos seus assistentes.
Reconstrução da jogada em 3D
Além disso, será gerada uma repetição e reconstrução da jogada em 3D para que os árbitros da sala do VAR possam corroborar se a tecnologia semiautomática acertou ou não.
Este sistema foi chamado de Sistema de Tecnologia Semiautomática de Impedimento de Jogo (SAOT) e espera-se que demore menos de 25 segundos para determinar se há ou não um impedimento na jogada em questão.
De acordo com o comunicado oficial da FIFA, o sistema de detecção semiautomática de impedimento no futebol foi aprovado pelo Sports Lab do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, por um grupo de especialistas da Universidade de Victoria e também por uma equipe de pesquisa da Universidade ETH de Zurique.
O chip da bola Al Rihla
A bola oficial da Copa do Mundo do Qatar é a Adidas Al Rihla, que no seu interior inclui um chip chamado Unidade de Medição Inercial (IMU), que intervirá na detecção das posições avançadas, juntamente com as outras variantes (posição dos corpos dos jogadores e processamento por Inteligência Artificial).
A bola enviará um aviso imediato à cabine de videoarbitragem sempre que um jogador estiver em posição avançada de jogo ao receber o passe de um companheiro de equipe.
De acordo com a FIFA, as mudanças ajudarão os árbitros do VAR, bem como os do campo, a tomar decisões “mais rápidas, precisas e confiáveis”.
Uma vez que o sistema dê o aviso ao árbitro, só resta que os operadores do VAR verifiquem o momento exato do impacto da bola e da linha de impedimento, que também é criada pelo sistema.
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